domingo, 13 de fevereiro de 2011

Capítulo 4


Poder



         Suspirei e depois virei-me lentamente na cama, acabando por chocar com o braço quente e musculado de Brand. Depois abri os olhos e ali estava ele, a dormir pacificamente ao meu lado. Deixei-me ficar em silêncio a olhar para ele durante mais uns minutos. Era naqueles momentos silenciosos mas tão intensos que eu sentia que ele era a pessoa ideal para mim. Brand preenchia totalmente os meus ideais sobre o namorado perfeito.
         Tinham-se passado dez dias desde que Kiara se apoderara por momentos do controlo do meu corpo e decidira colocar o meu disfarce a descoberto. Mas ao contrário do que ela pensava que conseguiria fazer, as coisas não mudaram minimamente. Eu continuei a drogar-me com o meu grupo e as amigas parvas dela deixaram de se preocupar. Porque já ninguém podia fazer nada para recuperar a parasita. Talvez, só por mera sorte, ela tivesse desistido finalmente de lutar contra mim. Possivelmente ela tivera um momento de iluminação inteligente e compreendera que eu seria sempre mais forte que ela. Coitada, tinha demorado imenso tempo até chegar a essa conclusão.
         Suspirei e levantei-me, mexendo-me devagar para não acordar Brand. Tínhamo-nos deitado tarde na madrugada anterior e eu não queria acordá-lo e aturar o seu mau humor.
         Ao sair da cama quase tropecei em Allan, que estava caído no chão, com a boca meio aberta e um ar tão cómico que tive de me esforçar imenso para não desatar a rir. Passei por cima dele sem fazer o mínimo ruído e fui para a casa de banho tomar duche e arranjar-me para mais um dia.
         Há imenso tempo que eu não ia às aulas. John também deixara de me tentar obrigar a ir. Era óptimo que ele assim agisse, pois caso contrário eu sairia do colégio e ponto final.
         Aquele homem conseguia ser especialmente irritante, mais do que os outros. Por mais tempo que passasse ele não desistia de me querer ali dentro, porque ainda pensava que a sua querida afilhada voltaria. Pois sim… isso não voltaria a acontecer no que dependesse de mim.
         Quando fiquei pronta, subi para a cama de Drake e toquei-lhe no braço ao de leve. Ele estava a dormir completamente tapado, só se via o cabelo castanho emaranhado à superfície dos cobertores. Mexeu-se e resmungou qualquer coisa em voz demasiado baixa para eu conseguir perceber, mas acho que estava a mandar-me ficar quieta. Continuei a abaná-lo até que ele suspirou e se destapou, cravando aqueles olhos negros como breu nos meus.
         - O que é que queres?
         Fiz-lhe uma careta de desagrado.
         - Bom-dia para ti também.
         - Hum… desculpa… bom-dia.
         - Estamos melhor assim. - Sorri.
         - Mas vais-me dizer o que queres ou não?
         - Tu sabes o que eu quero. - Murmurei.
         Ele ficou a olhar fixamente para mim durante uns momentos e depois encolheu os ombros e levantou-se com ar cansado. De certeza que ele preferia ter ficado a dormir. Foi até à secretária e tirou uma saqueta transparente de uma das gavetas. Depois arranjou também uma folha de papel limpa e uma lima para as unhas novinha em folha - uma das muitas que Terry e Penny me davam - e voltou para a cama, sentando-se ao meu lado. E começou com a rotina de preparação da minha dose, enquanto eu me recostava e esperava que ele acabasse.
         Eu conseguia preparar a minha droga sozinha, mas era melhor quando Drake o fazia.
         Quando ele acabou passou-me o preparado e eu sorri em jeito de agradecimento. Aproximei a droga do nariz e inalei tudo de uma só vez.
         - Pronto. Já estás contente? - Perguntou ele, com os olhos semicerrados pelo sono.
         - Já estou melhor. Podes voltar a dormir se quiseres.
         - Óptimo.
         Deixou-se cair para trás na cama e nem teve tempo de voltar a tapar-se, porque adormeceu instantaneamente, como se tivesse desmaiado. Contive as gargalhadas e levantei-me, saindo do quarto sem fazer barulho.
         Atravessei o corredor, e ia a caminho da Sala de Convívio quando ouvi chamarem-me lá do fundo. Olhei e apercebi-me que era Mariah quem me chamava. Sorri provocadoramente e ela aproximou-se lentamente, como uma zebra com medo da leoa perigosa.
         Quem quer que tivesse conhecido a Mariah Andrews antes da minha chegada à Blackstone Private School, não a reconheceria agora. Antes, o seu longo cabelo dourado era lindo e eu invejava-o imenso. Agora estava baço, emaranhado e despenteado, como se ela fosse uma selvagem sem um pingo de humanidade. Os seus olhos, que outrora apresentavam um belo tom de azul-bebé, estavam ainda mais baços que o cabelo, amedrontados e olhando para todo o lado como se esperassem ver surgir um monstro assassino das sombras. A própria maneira de andar de Mariah tinha mudado: ela parecia constantemente assustada. Tinha perdido o porte esbanjador de beleza e carisma que tinha antes de eu ocupar o seu lugar.
         - O que queres, Mariah?
         - Bem… eu… vinha pedir-te uma coisa…
         Eu não estava à espera daquilo. O que é que ela queria de mim?
         - Sim? - Perguntei, com impaciência.
         - Eu quero… não, eu preciso mesmo… de voltar para a Claque. - Balbuciou, com ar de quem ia desatar num pranto aflitivo.
         Esperei uns momentos e depois desatei a rir-me à gargalhada.
         - E tu achas mesmo que eu te vou admitir no meu grupo?! Deves estar a gozar! Pois fica sabendo que o meu tempo é demasiado precioso para o perder com estúpidas como tu.
         Ela recuou perante as minhas palavras e começou mesmo a chorar. Dantes ela nunca chorava e gabava-se de ser forte o suficiente para não o fazer, e agora bastava uma simples frase para a tirar do sério, afastá-la do controlo.
         - Eu não estou a gozar contigo. Eu faço tudo o que quiseres… mas por favor, por favor Kiara, deixa-me voltar para a Claque…
         - Não. - Sibilei.
         Ela desatou a soluçar tanto que pensei que fosse ter um ataque de falta de ar. Esperei que o histerismo parasse.
         - Já acabaste?
         - Mas… por que não? Tu podes… continuar a ser a Chefe da Claque… não te vou tirar esse cargo… e eu sou uma boa dançarina, tu sabes isso!
         - Não, Mariah. Tu nunca voltarás à Claque enquanto eu estiver neste colégio.
         Virei-lhe costas e desci as escadas, apagando imediatamente os últimos cinco minutos da minha memória.
         Ela era mesmo parva. Ainda acreditava que eu a readmitiria se ela pedisse. Revirei os olhos. Toda a gente à minha volta era estúpida. Com quem é que eu podia contar afinal?
         Com Brand. Apenas com ele.


         Os dias passavam naquela rotina que eu criara e da qual gostava realmente. Eu tinha aprendido a gostar de viver ali no castelo. Não era tão mau quanto imaginara de início. Desde que pudesse ser eu a dar ordens, tudo corria como deve de ser.
         Até John parecia estar a perder a esperança de que Kiara voltasse. O grupo dela também já se tinha convencido disso. Até mesmo Chris deixara de olhar para mim com ar tão ansioso, como se quisesse ver surgir a sua namorada a qualquer momento.
         E, finalmente, a cereja no topo do bolo: Kiara parecia ter realmente desistido. Durante esse mês todo que passou, ela não fez pressão durante um só momento para se soltar do poço escuro. Manteve-se lá, silenciosa, sem forças para me afastar do poder. Ela sabia que não podia vencer-me. Era mais fácil quando ela cooperava. Por isso eu não tinha nada com que me preocupar. Ou pelo menos era assim que eu pensava.
         No dia 21 de Dezembro - faltava apenas uma semana para eu completar quatro meses de estadia no colégio - algo aconteceu que veio alterar tudo.
         Eu estava a atravessar o corredor dos dormitórios masculinos. Tinha saído do quarto de Brand e ia à biblioteca deixar lá o livro que tinha fingido que estava a ler. Mas quando estava prestes a chegar à escadaria, senti uma forte pancada na barriga e tive de me curvar para tentar controlar a dor. Era tão forte que eu fui apanhada de surpresa. Deixei-me cair de joelhos no chão, a arfar, enquanto tentava entender o que podia estar a acontecer.
         Eu tinha tomado a minha dose de droga há menos de meia hora. Não era possível que já estivesse com sintomas de necessidade física. Então o que raio se passava comigo?
         Depois a dor de cabeça estalou como uma bala disparada por uma pistola. Agarrei a cabeça com ambas as mãos enquanto tentava conter os gritos de dor que se queriam soltar dos meus lábios. Esforcei-me com todas as forças para manter a cabeça inteira pois esta parecia estar a partir-se ao meio, a rachar-se desde o interior…
         - Kalissa!
         Não podia abrir a boca senão os gritos iam soltar-se. Mas quando Chris chegou ao pé de mim e se acocorou à minha frente, olhando para mim com uma preocupação evidente no olhar, ainda tentei afastá-lo.
         - Pára! O que é que estás a sentir? Explica-me!
         Abanei a cabeça em negação e cravei o olhar furioso no dele. O que é que ele queria? Ver-me sofrer? Estava contente por me ver assim, num momento de fraqueza?
         - Deixa-me ajudar-te…
         - NÃO! - Rugi.
         E depois os berros dolorosos saíram pelos meus lábios abertos. Fechei os olhos pois tudo estava a ficar negro à minha volta. E antes que eu pudesse aperceber-me do que estava a acontecer, os braços fortes de Chris envolveram o meu tronco e apertou-me com todas as suas forças.
         - Kiara! Estás a ouvir-me?! KIARA VOLTA PARA MIM! - Berrou ele junto ao meu ouvido.
         Eu gritei outra vez e tentei afastá-lo, esmurrei-o para o lançar para longe, mas ele aguentou firmemente. Acabou por agarrar o meu queixo violentamente na sua mão e puxou-o para cima. Depois uniu os lábios aos meus e beijou-me furiosamente.
         A dor de cabeça atingiu o seu pico e eu perdi os sentidos.


         Esforcei-me por agarrar aquela corda que me estava a ser lançada. Esforcei-me por fugir do poço escuro, por subir até à luz, agarrar-me ao controlo com todas as forças que tinha andando a acumular durante esse mês. Sentia algo quente à volta do meu corpo e enchi-me de coragem para lutar. Aquele calor era bom, era tentador, e eu corri até ele.
            Já conseguia cheirar e sentir tudo à minha volta, a audição e a visão também estavam a voltar. Assim como o paladar. Aquele sabor na minha boca era inconfundível. Agarrei-me a ele, sem suportar a ideia de o libertar. Os lábios de Chris esmagavam os meus com uma raiva apaixonada, uma intensidade que me deixava aluada. Envolvi o seu pescoço com os meus braços e beijei-o também. Não parei para respirar, o que fez com que, ao fim de poucos segundos, ficasse sem ar nos pulmões. Afastei-me dele apenas o suficiente para conseguir inspirar em condições e Chris abraçou-me com força.
            - Oh meu amor… pensei que nunca mais voltarias…
            Depois as lágrimas soltaram-se dos meus olhos, lágrimas de felicidade. Sim. Eu tinha vencido Kalissa. Tinha conseguido libertar-me do seu controlo e tinha voltado para o meu corpo.
            Encostei a testa à de Chris e suspirei, a tremer por todos os lados.
            - Kiara… Kia, olha para mim… - Implorou Chris.
            Abri os olhos e deparei-me com os seus cravados em mim. Aquele tom azul-claro, a mais bela cor do mundo, deu-me forças para parar de tremer. Aninhei-me mais nos braços dele, sentindo uma vontade louca de me fundir ao corpo dele, esconder-me dentro dele e nunca mais de lá sair.
            - Voltei. - Murmurei.
            Chris apertou-me contra si e soltou uma gargalhada de felicidade genuína, de alívio e de consolo.
            - Finalmente… julguei que não conseguirias libertar-te dela nunca mais…
            Engoli em seco e olhei novamente para Chris.
            - Tu estás… estás mesmo comigo? Não me vais… deixar?
            Ele ponderou nas minhas palavras por uns momentos e depois passou o dedo indicador pelo meu lábio inferior, parecendo muito perdido nos seus pensamentos.
            - Não. Nunca mais.
            Sorri, ao sentir o meu coração acelerar de novo. Tornei a beijar Chris e deixei-me ficar ali com ele, caídos no corredor, durante muito tempo. Tudo o que eu queria era estar com ele. Pensar que ele não voltaria para mim, que me deixaria sozinha para sempre, fizera-me perder as forças e Kalissa apoderara-se de mim. Mas agora isso não voltaria a acontecer.
            Eu ia fazer os possíveis e os impossíveis para ficar com Chris.
            Ao fim desses minutos de reconciliação, ele afastou os lábios dos meus e sorriu.
            - Vamos. A Niza e a Sophie vão ficar contentíssimas quando souberem que voltaste.
            Levantou-se e estendeu-me a mão para me ajudar a fazer o mesmo. Ergui-me mas permaneci abraçada a ele. Não conseguia formar na minha cabeça a mera hipótese de o largar, como se estivesse a viver um sonho que pudesse dissolver-se em pó a qualquer momento. Assim que o meu corpo se descolasse do seu, Chris deixaria de ser real e eu voltaria a ficar sozinha no poço da solidão. Por isso, o meu namorado teve de me arrastar consigo pelas escadas abaixo, e depois subir as outras, até chegarmos ao meu antigo quarto. Parámos lá e ele bateu levemente à porta.
            - Podemos entrar? - Perguntou.
            Niza veio abrir a porta. Quando a vi, senti outro baque no meu coração. Ela também era real. Também estava ali. Desatei a chorar enquanto largava Chris e me lançava nos braços da minha melhor amiga. Apertei-a contra mim com tanta energia que acho que a teria esmagado se ela não me abraçasse ainda mais fortemente.
            - Oh meu deus! És mesmo tu?! - Guinchou ela.
            Olhei para ela e vi que também estava a chorar. E um segundo depois, Sophie estava ao meu lado e também me abraçava, espantada por me ver ali.
            - Sim, sou eu. - Gaguejei, devido aos soluços provocados pelo choro.
            Chris aguardava, atrás de nós, que eu matasse as saudades que tinha delas. Niza abraçou-me durante imenso tempo e depois acabou por se afastar e olhar para mim, deslumbrada, com um sorriso do tamanho do mundo.
            - Nem consigo acreditar que a venceste…
            - Quanto tempo passou desta vez? - Perguntei, confusa.
            Sabia que tinha passado muito tempo. Demasiado, talvez. Mas precisava de ter a certeza, de saber quantos dias ao certo tinham passado, para me poder situar no tempo.
            - Já é dia 21 de Dezembro. - Respondeu Sophie.
            Oh não… tanto tempo…
            Olhei para Chris por cima do ombro e vi a dor nos seus belos olhos. Durante aquelas semanas, Kalissa devia ter andando a massacrá-los tanto… daí eles estarem a reagir daquela maneira.
            - Perdoem-me. - Balbuciei.
            - Claro que perdoamos. Tu não tens culpa da maldade daquela víbora. - Disse Sophie, colocando uma madeixa de cabelo atrás da minha orelha.
            Sorri e deixei que elas me arrastassem para dentro do quarto, enquanto Chris dizia que ia buscar Ryan e Peter. E por muito que me custasse a ideia de me separar dele, sabia que era necessário.
            Nisa fez-me sentar na minha cama e sentou-se à minha frente.
            - Como é que te sentes? - Perguntou.
            - Mais ou menos… mas estou melhor a cada segundo que passa.
            - Isso é óptimo! Nós vamos arranjar uma maneira de te ajudar, o mais importante agora é não deixares que ela se solte.
            Eu não queria dizer-lhe a verdade, aquilo que realmente pensava: que Kalissa estava suficientemente forte para se apoderar do controlo a qualquer momento. Mas depois lembrei-me que já lhes tinha mentido demasiadas vezes. Que para conquistar a confiança delas, tinha de começar do mais profundo dos inícios.
            - Eu acho que ela se vai soltar. - Revelei.
            Os olhos de Niza e Sophie desceram sobre os meus.
            - Quando?
            - Como?
            - Porquê?      
            - Tenham calma! Não sei quando vai ser, nem como, mas… ela é muito forte, tal como vocês puderam ver. Ela conseguiu manter-me afastada durante todo este tempo. Nunca subestimem o poder dela. Eu já deixei de fazer isso.
            Niza assentiu com a cabeça.
            - Mas tu… és capaz de nos avisar quando sentires que ela se está a soltar? Consegues pressentir isso?
            - Sim. Mas às vezes ela é demasiado rápida, posso não ter tempo para vos alertar, entendem?
            - Claro. Mas tenta, por favor.
            - Vou fazer isso.
            O sorriso de agradecimento de Sophie fez-me entender que era mesmo necessário esforçar-me. Desta vez, mais do que nunca, tinha de manter Kalissa afastada custasse o que custasse.
            Ryan, Peter e Chris entraram no quarto nesse momento. Levantei-me da cama num salto e corri para os braços abertos do meu melhor amigo. Ryan soltou uma exclamação de espanto ao ver-me fazer aquilo.
            - É esta a surpresa. - Respondeu Chris, orgulhosamente.
            Peter também estava muito espantado quando eu o abracei.
            - Tive tantas saudades vossas… - Murmurei.
            Depois fiquei de frente para os três, sorrindo, e sentindo que o cenário estava finalmente completo. Era a eles que eu pertencia. E por muito mal que Kalissa fizesse, jamais me poderia afastar completamente deles.
            - Como é que ela se soltou? - Perguntou Ryan, abismado.
            - Não foi fácil. Eu já estava à espera há muito tempo. A tentar encontrar uma falha na… protecção que ela criou. Mas hoje ela distraiu-se, apesar de eu não saber bem o que a levou a fazer isso. E foi o suficiente para eu me conseguir soltar. - Expliquei.
            Peter abraçou-me outra vez, como se estivesse a tentar certificar-se que eu era real, que estava mesmo ali à sua frente.
            - Bem… isto é uma óptima notícia! - Disse ele, alegremente. - A Kiara está de volta!
            Sorri. Sim. E agora, mais forte que antes.
            Chris deu-me a mão e deixou-me encostar a cabeça ao seu ombro.
            - Vais ficar comigo? - Perguntei com ansiedade.
            - Para sempre.
            Beijou-me docemente e os nossos amigos irromperam em gargalhadas felizes. Finalmente, estava tudo como devia ser.

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